No discurso que antecedeu a votação o autor do projeto, deputado Dhiego Coelho, reafirmou a importância do proposto para Roraima. O parlamentar acredita que acessibilidade não está limitada a construção de rampas, e sim a propostas que possibilitem a extensão da liberdade da Pessoa com Deficiência.
O projeto defende que frequentar um bar ou restaurante é algo que precisa estar acessível a qualquer cidadão e ofertar um cardápio ou listagem de produtos ou medicamentos em braile é um ato de cidadania e respeito a Pessoa com Deficiência Visual. A justificativa do Projeto aborda a integração social da Pessoa com Deficiência como norma constitucional prevista no artigo 203, item IV da Carta Magna brasileira.
O Art. 2º do projeto afirma que os cardápios ou listagens de produtos impressos em braile deverão estar expostos em local de fácil acesso para a pessoa com deficiência visual ou seu acompanhante. Também deve conter todos os produtos e serviços oferecidos no estabelecimento, bem como o valor de cada um. Após a sanção, os estabelecimentos terão um prazo de um ano para se adaptarem conforme a proposição estabelecida no projeto.
“A inclusão social da pessoa com deficiência é responsabilidade de todos. Por isso, é dever ético e moral promover a equiparação de oportunidades. Adaptar os sistemas da sociedade, o meio físico, a comunicação em locais de cultura, lazer e alimentação é um passo importante para a evolução da acessibilidade da pessoa com deficiência”, justifica o parlamentar.
Associação agradece iniciativa do deputado
O presidente da Associação dos Deficientes Visuais de Roraima, Emerson Almeida da Silva, analisa o projeto como uma oportunidade de adquirir mais liberdade no convívio social. “É de grande importância destacar a sensibilidade do deputado Dhiego Coelho. Todo ser humano tem que ter liberdade, os estabelecimentos disponibilizarem o material em Braile facilitará muito a nossa vida”, afirmou.
Emerson enfatizou que ser independente é impossível, mas que projetos desta natureza precisam ser colocados em prática para elevar a qualidade de vida da pessoa com deficiência. Questionado sobre a maior dificuldade enfrentada hoje, ele respondeu que, além da comunicação, o trânsito é algo que precisa de mais atenção por parte das autoridades.
“Eu não tenho coragem de andar em Boa Vista sozinho, por conta do trânsito violento, apesar de termos nossa bengala e sabermos nos comover, o perigo ainda é constante para quem possui algum tipo de deficiência. Tivemos casos de amigos nossos serem atropelados na rua de casa. Entre outros assuntos, a educação também deixa a desejar, precisamos de mais políticas publicas nesta área”, frisou o presidente.